25 de outubro de 2013

Convite

A Paco Editorial
convida para o lançamento da obra:
História da Educação no Vale do Paraíba Paulista: Temas, Objetos, Fontes

Mauro Castilho Gonçalves e Cesar Augusto Eugenio (orgs.)



Dia 28/11/13, às 19h30


Universidade de Taubaté – Solar da Viscondessa do Tremembé

Rua XV de Novembro, 996

Centro
Taubaté - SP


CONVITES

Convidamos a todos para as solenidades de Dia do Funcionário Público, Dia do Comerciário e da entrega do Título de Cidadão Taubateano ao Professor Edson Trajano.


Solenidade do Dia do Funcionário Público e Dia do Comerciário

Solenidade Entrega do Título de Cidadão Taubateano ao Prof. Edson Trajano

21º. Simpósio Internacional de iniciação Científica da Universidade de São Paulo

Release participação estudantes do Departamento de Ciências Sociais e Letras no 21º. Simpósio Internacional de iniciação Científica da Universidade de São Paulo


Os estudantes do Curso de História UNITAU, Régis Gomes de Oliveira e Maurício Pereira de Souza, no 21º. SIICUSPC na Universidade de São Paulo. 22/10/2013. Foto Rachel Duarte Abdala
Três estudantes do Curso de História e uma do Curso de Geografia tiveram seus trabalhos aprovados no 21º. Simpósio Internacional de iniciação Científica da Universidade de São Paulo. O evento foi realizado entre os dias 21 e 24 de outubro de 2013 no Campus da Cidade Universitária em São Paulo. O trabalho da estudante Heloisa Helena Gadioli Pasin, do Curso de Geografia, foi intitulado: “Experiência vivida: Sala verde e escola pública” e teve como orientador o Prof. Me. Eduardo Carlos Pinto. O trabalho “O Perigo vermelho no Vale do Paraíba: o anticomunismo da era Vargas nos jornais taubateanos (1935 - 1945)”, do estudante do Curso de História Jonathan Cruz Moreira teve a orientação da Profa. Dra. Maria Fátima de Toledo. Os também estudantes do Curso de História, Régis Gomes de Oliveira e Mauricio Pereira de Souza, ambos orientados pela Profa. Dra. Rachel Duarte Abdala, que os acompanhou ao evento, foram intitulados, respectivamente: “Os guerreiros da honra: Bushidô, o código dos samurais”, e “O olhar cultural do fotógrafo Paulo Camilher Florençano no Foto Clube Bandeirante”. A participação dos estudantes nesse evento científico representou uma significativa experiência no processo de formação deles como pesquisadores, pois, propiciou o contato com pesquisadores consolidados e com abordagens teórico-metodológicas que contribuíram para o desenvolvimento de seus trabalhos. Além disso, a participação dos estudantes neste evento da abrangência internacional contribuiu para o enaltecimento da instituição. 

22 de outubro de 2013

Boa tarde, leitores!
 
Segue o link de um vídeo sobre a relação de SP, sua urbanização e os rios que cortam a cidade.
Produzido pela FAU/USP, é bem interessante.


Amazônia ainda não está integrada ao restante do país, é como uma colônia
  
Em entrevista à Folha, comandante militar da maior floresta tropical do mundo afirma que não há conhecimento sobre região

Para o comandante militar da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia é como uma colônia do Brasil. "Ela não está integrada ao país e, portanto, não há conhecimento de sua realidade e potencial", diz o general Eduardo Villas Bôas, 61, desde 2011 à frente de 19 mil homens e 9.300 km de fronteiras.

Em entrevista na sede do comando, em Manaus, ele citou a ausência estatal na floresta, criticou a política indigenista oficial, alertou sobre a ação de ONGs na região e aprovou, com ressalvas, o programa Mais Médicos.

Evitou, porém, bater de frente com o governo federal, principalmente quando o assunto eram os índios. "Quando digo que há dois problemas na política indigenista do país, não faço críticas ao governo. Somos nós. Nós temos esse problema", disse.

Também evitou falar sobre a Comissão da Verdade, que apura a violação dos direitos humanos na ditadura militar.

"Cada militar tem uma opinião sobre isso. É um assunto sensível. Se a gente ficar expressando, traz prejuízo tanto para o Exército quanto para o governo federal."

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Folha - Brasília sabe o que acontece na Amazônia?
General Villas Bôas - Na parte da defesa até sabe. O que ocorre é que, em pleno século 21, o país não completou sua expansão interna. Temos metade do nosso território a ser ocupado, integrado à dinâmica da sociedade. A Amazônia, como não está integrada ao país, não há conhecimento no sul da sua realidade, seu potencial. É como se fosse uma colônia do Brasil. Ela não é analisada, interpretada, estudada e compreendida numa visão centrada da própria Amazônia. Isso nos coloca numa posição periférica.

Quais são as principais necessidades da população local?
As reais necessidades da população da Amazônia chegam ao centro-sul de maneira distorcida. Com isso, monta-se uma base de conhecimento desfocada, com soluções não apropriadas. A população, principalmente no interior, não tem necessidades básicas atingidas. Em grande parte, não há nenhuma presença do governo do Estado. Em algumas áreas as Forças Armadas são essa única presença.

O material humano e financeiro atual do comando militar é suficiente para monitorá-la?
Não é suficiente. A partir da Estratégia Nacional de Defesa, em 2008, a Amazônia virou prioridade. Mas só de fronteira temos 11 mil km. E nossa capacidade de vigilância está basicamente restrita ao fator humano. Monitorar toda essa área só será possível com tecnologia incorporada, cujo sistema de monitoramento está em desenvolvimento e custará R$ 10 bilhões até 2020. Desde 1999, o Exército tem poder de polícia na faixa de fronteira [150 km de largura], isso estabeleceu nova responsabilidade. Outro aspecto é a grande vulnerabilidade que o país todo tem. Estamos no século 21 e um país da nossa dimensão não tem um satélite. Não vamos ter autonomia total enquanto não tivermos nossos satélites. Por isso este projeto está no Ministério da Defesa.

Concorda com a demarcação de novas terras indígenas?
A discussão é importante. Veja o que aconteceu na Raposa/Serra do Sol [cujos não indígenas foram retirados]. Foi feita demarcação, e as estruturas econômicas tiveram que sair. Hoje os índios têm dificuldades para encontrar alternativas viáveis. O que a iniciativa privada proporcionava ali, o governo tem dificuldade de proporcionar. A participação do Congresso é importante, pois viabiliza a participação de outros setores. Eu acho positivo, sim. Os índios, coitados, ficam prisioneiros de duas vertentes: o interesse econômico e a fundamentalismo ambientalista.

Como o sr. avalia a política indigenista brasileira?
Há dois problemas. E não estou fazendo críticas ao governo. Somos nós, Brasil. Primeiro, os órgãos que atuam na Amazônia, nessas questões típicas, ambiental e indígena, têm estrutura deficiente. O governo trabalha para ampliar, mas ainda é carente. O segundo aspecto é que a política indigenista é muito geopolítica. Ela se resume praticamente a delimitar as terras e os índios ficam confinados nelas. Seria interessante que a delimitação fosse seguida de outro tipo de programa que desse sustentação à vida dos índios. Por maior que seja a terra, a vida do índio não se viabiliza. Os recursos naturais vão se esgotando. Nossa política está muito homogênea do ponto de vista de não reconhecer diferentes níveis de aculturação das comunidades.

Qual é o papel das ONGs estrangeiras na Amazônia?
Além de tudo que representa, a Amazônia tem um papel muito grande na integração sul-americana. Ela abriga a solução para alguns dos grandes problemas que afligem a humanidade, como água, energia renovável, biodiversidade, mudança climática. Isso justifica toda essa pressão em torno da Amazônia que faz a opinião pública internacional. Nesta semana, o governo está passando leis no Congresso estabelecendo mecanismos de controle mais rígidos sobre as ONGs do ponto de vista da movimentação financeira. Não é o caso de estigmatizar as ONGs, elas vieram preencher espaços e atender necessidades da população que nem o primeiro nem o segundo setores têm capacidade de atender. Mas há coisas fora de controle, e a gente fica numa insegurança, não sabe quem são, quais os objetivos. E muitas vezes [elas] atuam no sentido contrário aos interesses do governo brasileiro.

Pode citar um exemplo?
Veja a dificuldade para asfaltar a BR-319 [que liga Manaus e Porto Velho. Em 2009, o braço brasileiro da ONG americana ConservationStrategyFund divulgou estudo afirmando que a reforma da estrada traria prejuízo]. É uma rodovia que já existiu, não gerou desflorestamento, não houve prejuízo ambiental. Mas o governo não consegue fazer... é um absurdo. Manaus está conectada à Venezuela, mas não ao restante do Brasil. É extremamente difícil viabilizar a recuperação dessa rodovia, são forças que realmente têm capacidade de intervir e inibir isso. E muito por causa do fundamentalismo ecológico. Não se faz omelete sem quebrar o ovo, se vou lançar um gasoduto, alguma árvore vou derrubar. É uma visão pragmática.

Qual é a sua opinião sobre o programa Mais Médicos?
Se me perguntar quais são os dois principais problemas da Amazônia, eu diria que élogística e médico. Nós fazemos atendimento à população civil e até a índios. No interior não tem médico. Realmente é uma necessidade. Mas acho que eles têm que pensar na parte de estrutura, condições de trabalho. Pois acho que as mesmas realidades que causam a saída dos médicos brasileiros desses municípios poderão causar a não permanência do médico estrangeiro. A gente visita município que não tem estrutura de saúde. O programa é necessário, mas é importante que não fique restrito somente à colocação dos médicos.

Em 2005, o então comandante do Exército, general Albuquerque, disse o homem tem direito de tomar café, almoçar e jantar, mas isso não está acontecendo [no Exército]'. A realidade atual mudou?
Mudou muito. O problema é que o passivo do Exército era muito grande, foram décadas de carência. Desde 2005, estamos recebendo muito material, e agora é que estamos chegando a um nível de normalidade e começamos a ter visibilidade. Não discutimos mais se vai faltar comida, combustível, não temos mais essas preocupações.

O senhor tem acompanhado a Comissão da Verdade?
Como profissional e militar, me interesso, sim. Mas na minha instância, institucionalmente, não há nenhuma implicação para nós.

17 de outubro de 2013

Encontro Acadêmico Região Sudeste

Boa tarde, leitores.

Abaixo divulgamos o convite e programação do evento INTERDISCIPLINARIDADE: Ampliando Fronteiras do Saber, que será realizado nos dias 11, 12 e 13 de novembro de 2013, na Universidade Federal do ABC (UFABC), no auditório central do campus São Bernardo.

Informações adicionais e a ficha de inscrição estão disponíveis no site do evento: eventos.ufabc.edu.br/inter2013


Participem!




15 de outubro de 2013

Você que participou da reunião com representante do IPHAN em março de 2013, agora a Pró-reitoria de Extensão da UNITAU convida para o VIII Seminário de Extensão – VIII SEMEX cujo palestrante principal será o Secretário de Cultura do Estado de São Paulo, Dr. Marcelo Mattos Araújo, conforme convite abaixo. 


Contando com a sua presença, agradecemos.



8 de outubro de 2013

DCSL no CICTED

Alunos do DCSL se preparam para apresentar suas pesquisa científicas no CICTED!

Confira matéria na íntegra:


Relato do Prof. Gerson sobre viagem ao Vale Histórico e Região Serrana do RJ

Posso afirmar, com toda convicção, de que são muitos os benefícios relacionados às atividades de campo. Contudo, antes de relacionar brevemente os motivos pelos quais considero fundamental a realização de atividades de campo em todas as áreas do conhecimento, é necessário enfatizar que trabalhos de campo têm uma natureza técnico-científica.

Dessa forma, não podem ser realizados sem planejamento e preparação prévia, com roteiro definido e sistematização das atividades in loco, gerando produtos após a realização dos mesmos, principalmente na forma de relatórios, mas também na forma de artigos, relatos de campo, exposições e discussões em grupo. Além destes, também há outros resultados muito importantes, principalmente tratando-se de uma experiência pioneira de realização de atividades de campo em uma perspectiva multidisciplinar e integradora. À seguir, constam os benefícios resultantes das AULAS de campo.



1. As aulas de campo possibilitam maior tempo de diálogo entre os professores e os estudantes. Há discussões no ônibus, nas ruas,  nos alojamentos, durante as refeições, etc.

2. A realização de atividades em conjunto possibilita que os estudantes possam apreender conteúdos de outras disciplinas, enfocando os objetos de estudo em diferentes perspectivas, pois professores de Geografia, História e Letras apresentam diferentes abordagens, que se complementam e possibilitam um entendimento mais amplo.



3. A integração entre os estudantes e professores permanece após a atividade de campo, possibilitando trabalhos futuros em conjunto, minimizando uma lacuna comum a outras instituições: o corporativismo e as "rivalidades" sem sentido.

4. Os estudantes são estimulados a desenvolver pesquisas sobre as áreas estudadas nos trabalhos de campo e, logo, contribuir com as comunidades de outros lugares.



5. Os trabalhos de campo contribuem para divulgar a instituição e muitas pessoas podem se interessar em estudar na universidade após conhecê-la por intermédio desse intercâmbio de conhecimento. Há, portanto, benefícios que não são imediatos.




6. Como futuros professores, é fundamental que os estudantes tenham uma formação múltipla, pois sua experiência de vida contribuirá para o exercício profissional.

Grande abraço e obrigado!

2 de outubro de 2013

Feira das Profissões

Nos dias 11 e 12 de setembro de 2013, a Unitau realizou a Feira das Profissões, no Campus da Juta.

Os estudantes de várias escolas públicas e particulares tiveram a oportunidade de conhecer melhor os cursos oferecidos pela Universidade, com orientações profissionais e todo o apoio dos alunos da Unitau.

Nosso departamento marcou presença no evento com nossos professores e alunos dos cursos de Geografia, História e Letras.

Os alunos de Geografia com a orientação do nosso Diretor, Prof. Eduardo, construíram um vulcão que entrou em erupção durante o evento!

Confira as fotos da Feira das Profissões:




















1 de outubro de 2013

Bruno Emídio é notícia em Jacareí

Aluno Bruno Emídio (egresso da UNITAU) saiu na mídia de Jacareí sobre uma estação meteorológica que ele fez com os alunos de sua escola.

Confira reportagens completas:






UFABC oferece pós-graduação a distância para professores

Estão abertas as inscrições no processo seletivo para o curso de especialização em Ciência e Tecnologia, oferecido pela Universidade Federal do Grande ABC (UFABC). O curso em nível de pós-graduação é feito por metodologia de ensino a distância e começará em março de 2014.
O curso é gratuito e destinado a professores em exercício, vinculados aos sistemas públicos de ensino. As inscrições podem ser feitas até 30 de setembro por meio do site da UFABC (http://selecao-uab.ufabc.edu.br/ ).
As atividades presenciais serão desenvolvidas no Polo de Apoio em São José dos Campos, mediante convênio firmado pela Prefeitura com a UFABC, sediada em Santo André, e a Universidade Aberta do Brasil, ligada ao Ministério da Educação.
Mais informações pelo e-mail seletivo.ead@ufabc.edu.br, ou no Polo de Apoio Presencial de São José dos Campos, na Avenida Olivo Gomes 250 – Santana, ou ainda pelos pelo telefone: (12) 3939-5010, (11) 437-8589 e (11) 3356-7286.
O edital do processo seletivo pode ser consultado pela internet



Quinto relatório do IPCC mostra intensificação das mudanças climáticas

Agência FAPESP – Caso as emissões de gases do efeito estufa continuem crescendo às atuais taxas ao longo dos próximos anos, a temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8 graus Celsius neste século – o que poderá resultar em uma elevação de até 82 centímetros no nível do mar e causar danos importantes na maior parte das regiões costeiras do globo.
O alerta foi feito pelos cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgaram no dia 27 de setembro, em Estocolmo, na Suécia, a primeira parte de seu quinto relatório de avaliação (AR5). Com base na revisão de milhares de pesquisas realizadas nos últimos cinco anos, o documento apresenta as bases científicas da mudança climática global.
De acordo com Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e um dos seis brasileiros que participaram da elaboração desse relatório, foram simulados quatro diferentes cenários de concentrações de gases de efeito estufa, possíveis de acontecer até o ano de 2100 – os chamados “Representative Concentration Pathways (RCPs)”.
“Para fazer a previsão do aumento da temperatura são necessários dois ingredientes básicos: um modelo climático e um cenário de emissões. No quarto relatório (divulgado em 2007) também foram simulados quatro cenários, mas se levou em conta apenas a quantidade de gases de efeito estufa emitida. Neste quinto relatório, nós usamos um sistema mais completo, que leva em conta os impactos dessas emissões, ou seja, o quanto haverá de alteração no balanço de radiação do sistema terrestre”, explicou Artaxo, que está em Londres para a FAPESP Week London, onde participou de um painel sobre mudança climática.
O balanço de radiação corresponde à razão entre a quantidade de energia solar que entra e que sai de nosso planeta, indicando o quanto ficou armazenada no sistema terrestre de acordo com as concentrações de gases de efeito estufa, partículas de aerossóis emitidas e outros agentes climáticos.
O cenário mais otimista prevê que o sistema terrestre armazenará 2,6 watts por metro quadrado (W/m2) adicionais. Nesse caso, o aumento da temperatura terrestre poderia variar entre 0,3 °C e 1,7 °C de 2010 até 2100 e o nível do mar poderia subir entre 26 e 55 centímetros ao longo deste século.
“Para que esse cenário acontecesse, seria preciso estabilizar as concentrações de gases do efeito estufa nos próximos 10 anos e atuar para sua remoção da atmosfera. Ainda assim, os modelos indicam um aumento adicional de quase 2 °C na temperatura – além do 0,9 °C que nosso planeta já aqueceu desde o ano 1750”, avaliou Artaxo.
O segundo cenário (RCP4.5) prevê um armazenamento de 4,5 W/m2. Nesse caso, o aumento da temperatura terrestre seria entre 1,1 °C e 2,6 °C e o nível do mar subiria entre 32 e 63 centímetros. No terceiro cenário, de 6,0 W/m2, o aumento da temperatura varia de 1,4 °C até 3,1 °C e o nível do mar subiria entre 33 e 63 centímetros.
Já o pior cenário, no qual as emissões continuam a crescer em ritmo acelerado, prevê um armazenamento adicional de 8,5 W/m2. Em tal situação, segundo o IPCC, a superfície da Terra poderia aquecer entre 2,6 °C e 4,8 °C ao longo deste século, fazendo com que o nível dos oceanos aumente entre 45 e 82 centímetros.
“O nível dos oceanos já subiu em média 20 centímetros entre 1900 e 2012. Se subir outros 60 centímetros, com as marés, o resultado será uma forte erosão nas áreas costeiras de todo o mundo. Rios como o Amazonas, por exemplo, sofrerão forte refluxo de água salgada, o que afeta todo o ecossistema local”, disse Artaxo.
Segundo o relatório AR5 do IPCC, em todos os cenários, é muito provável (90% de probabilidade) que a taxa de elevação dos oceanos durante o século 21 exceda a observada entre 1971 e 2010. A expansão térmica resultante do aumento da temperatura e o derretimento das geleiras seriam as principais causas.
O aquecimento dos oceanos, diz o relatório, continuará ocorrendo durante séculos, mesmo se as emissões de gases estufa diminuírem ou permanecerem constantes. A região do Ártico é a que vai aquecer mais fortemente, de acordo com o IPCC.
Segundo Artaxo, o aquecimento das águas marinhas tem ainda outras consequências relevantes, que não eram propriamente consideradas nos modelos climáticos anteriores. Conforme o oceano esquenta, ele perde a capacidade de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Se a emissão atual for mantida, portanto, poderá haver uma aceleração nas concentrações desse gás na atmosfera.
“No relatório anterior, os capítulos dedicados ao papel dos oceanos nas mudanças climáticas careciam de dados experimentais. Mas nos últimos anos houve um enorme avanço na ciência do clima. Neste quinto relatório, por causa de medições feitas por satélites e de observações feitas com redes de boias – como as do Projeto Pirataque a FAPESP financia no Atlântico Sul –, a confiança sobre o impacto dos oceanos no clima melhorou muito”, afirmou Artaxo.


Acidificação dos oceanos

Em todos os cenários previstos no quinto relatório do IPCC, as concentrações de CO2 serão maiores em 2100 em comparação aos níveis atuais, como resultado do aumento cumulativo das emissões ocorrido durante os séculos 20 e 21. Parte do CO2 emitido pela atividade humana continuará a ser absorvida pelos oceanos e, portanto, é “virtualmente certo” (99% de probabilidade) que a acidificação dos mares vai aumentar. No melhor dos cenários – o RCP2,6 –, a queda no pH será entre 0,06 e 0,07. Na pior das hipóteses – o RCP8,5 –, entre 0,30 e 0,32.
“A água do mar é alcalina, com pH em torno de 8,12. Mas quando absorve CO2 ocorre a formação de compostos ácidos. Esses ácidos dissolvem a carcaça de parte dos microrganismos marinhos, que é feita geralmente de carbonato de cálcio. A maioria da biota marinha sofrerá alterações profundas, o que afeta também toda a cadeia alimentar”, afirmou Artaxo.
Ao analisar as mudanças já ocorridas até o momento, os cientistas do IPCC afirmam que as três últimas décadas foram as mais quentes em comparação com todas as anteriores desde 1850. A primeira década do século 21 foi a mais quente de todas. O período entre 1983 e 2012 foi “muito provavelmente” (90% de probabilidade) o mais quente dos últimos 800 anos. Há ainda cerca de 60% de probabilidade de que tenha sido o mais quente dos últimos 1.400 anos.
No entanto, o IPCC reconhece ter havido uma queda na taxa de aquecimento do planeta nos últimos 15 anos – passando de 0,12 °C por década (quando considerado o período entre 1951 e 2012) para 0,05°C (quando considerado apenas o período entre 1998 e 2012).
De acordo com Artaxo, o fenômeno se deve a dois fatores principais: a maior absorção de calor em águas profundas (mais de 700 metros) e a maior frequência de fenômenos La Niña, que alteram a taxa de transferência de calor da atmosfera aos oceanos. “O processo é bem claro e documentado em revistas científicas de prestígio. Ainda assim, o planeta continua aquecendo de forma significativa”, disse.
Há 90% de certeza de que o número de dias e noites frios diminuíram, enquanto os dias e noites quentes aumentaram na escala global. E cerca de 60% de certeza de que as ondas de calor também aumentaram. O relatório diz haver fortes evidências de degelo, principalmente na região do Ártico. Há 90% de certeza de que a taxa de redução da camada de gelo tenha sido entre 3,5% e 4,1% por década entre 1979 e 2012.
As concentrações de CO2 na atmosfera já aumentaram mais de 20% desde 1958, quando medições sistemáticas começaram a ser feitas, e cerca de 40% desde 1750. De acordo com o IPCC, o aumento é resultado da atividade humana, principalmente da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento, havendo uma pequena participação da indústria cimenteira.
Para os cientistas há uma “confiança muito alta” (nove chances em dez) de que as taxas médias de CO2, metano e óxido nitroso do último século sejam as mais altas dos últimos 22 mil anos. Já mudanças na irradiação solar e a atividade vulcânica contribuíram com uma pequena fração da alteração climática. É “extremamente provável” (95% de certeza) de que a influência humana sobre o clima causou mais da metade do aumento da temperatura observado entre 1951 e 2010.
“Os efeitos da mudança climática já estão sendo sentidos, não é algo para o futuro. O aumento de ondas de calor, da frequência de furacões, das inundações e tempestades severas, das variações bruscas entre dias quentes e frios provavelmente está relacionado ao fato de que o sistema climático está sendo alterado”, disse Artaxo.


Impacto persistente

Na avaliação do IPCC, muitos aspectos da mudança climática vão persistir durante muitos séculos mesmo se as emissões de gases estufa cessarem. É “muito provável” (90% de certeza) que mais de 20% do CO2 emitido permanecerá na atmosfera por mais de mil anos após as emissões cessarem, afirma o relatório.
“O que estamos alterando não é o clima da próxima década ou até o fim deste século. Existem várias publicações com simulações que mostram concentrações altas de CO2 até o ano 3000, pois os processos de remoção do CO2 atmosférico são muito lentos”, contou Artaxo.
Para o professor da USP, os impactos são significativos e fortes, mas não são catastróficos. “É certo que muitas regiões costeiras vão sofrer forte erosão e milhões de pessoas terão de ser removidas de onde vivem hoje. Mas claro que não é o fim do mundo. A questão é: como vamos nos adaptar, quem vai controlar a governabilidade desse sistema global e de onde sairão recursos para que países em desenvolvimento possam construir barreiras de contenção contra as águas do mar, como as que já estão sendo ampliadas na Holanda. Quanto mais cedo isso for planejado, menores serão os impactos socioeconômicos”, avaliou.
Os impactos e as formas de adaptação à nova realidade climática serão o tema da segunda parte do quinto relatório do IPCC, previsto para ser divulgado em janeiro de 2014. O documento contou com a colaboração de sete cientistas brasileiros. Outros 13 brasileiros participaram da elaboração da terceira parte do AR5, que discute formas de mitigar a mudança climática e deve sair em março.
De maneira geral, cresceu o número de cientistas vindos de países em desenvolvimento, particularmente do Brasil, dentro do IPCC. “O Brasil é um dos países líderes em pesquisas sobre mudança climática atualmente. Além disso, o IPCC percebeu que, se o foco ficasse apenas nos países desenvolvidos, informações importantes sobre o que está acontecendo nos trópicos poderiam deixar de ser incluídas. E é onde fica a Amazônia, um ecossistema-chave para o planeta”, disse Artaxo.
No dia 9 de setembro, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) divulgou o sumário executivo de seu primeiro Relatório de Avaliação Nacional (RAN1). O documento, feito nos mesmos moldes do relatório do IPCC, indica que no Brasil o aumento de temperatura até 2100 será entre 1 ° e 6 °C, em comparação à registrada no fim do século 20. Como consequência, deverá diminuir significativamente a ocorrência de chuvas em grande parte das regiões central, Norte e Nordeste do país. Nas regiões Sul e Sudeste, por outro lado, haverá um aumento do número de precipitações.
“A humanidade nunca enfrentou um problema cuja relevância chegasse perto das mudanças climáticas, que vai afetar absolutamente todos os seres vivos do planeta. Não temos um sistema de governança global para implementar medidas de redução de emissões e verificação. Por isso, vai demorar ainda pelo menos algumas décadas para que o problema comece a ser resolvido”, opinou Artaxo.

Para o pesquisador, a medida mais urgente é a redução das emissões de gases de efeito estufa – compromisso que tem de ser assumido por todas as nações. “A consciência de que todos habitamos o mesmo barco é muito forte hoje, mas ainda não há mecanismos de governabilidade global para fazer esse barco andar na direção certa. Isso terá que ser construído pela nossa geração”, concluiu.